Podemos encontrar três tipos de disgrafia:
Motora (discaligrafia): A criança consegue falar e ler, mais encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever.
Perceptiva: Não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases.
Disgrafia pura: é aquela que atinge a criança depois de algum trauma emocional.
Alguns tipos de letras podem indicar possíveis conflitos emocionais da criança:
• Letra pequena demais pode indicar timidez;
• Letras grandes demais pode indicar uma criança que necessita estar sempre no centro das atenções;
• Letras feitas com muita força que chegam a marcar as outras paginas do caderno, podem indicar que a criança está tensa.
Às vezes a criança chama atenção através da letra. O professor deve estar atento pra identificar a causa da não aprendizagem e pedir ajuda quando esta se fizer necessário.
A escrita disgráfica pode observar-se através das seguintes manifestações:
• Traços pouco precisos e incontrolados;
• Letras retocada e ”feia”;
• O espaço entre as linhas, palavras e letras são irregulares. Há uma desorganização do espaço ocupado na folha e pode-se referir a problemas de orientação espacial;
• Falta de pressão com debilidade de traços;
• Traços demasiado fortes que vinquem o papel que pode causar cansaço e lentidão na hora da escrita;
• Devido à letra ilegível há uma dificuldade de entendimento na hora da leitura por parte dos alunos e professores;
• Grafismos não diferenciados nem na forma nem no tamanho;
• A escrita desorganizada que pode referir não só as irregularidades e a falta de ritmos dos signos, mas também a globalidade do conjunto escrito;
• Realização incorreta de movimentos de base, especialmente em ligação com problemas de orientação espacial, etc..
Sabe-se que é necessário adquirir certo desenvolvimento ao nível de:
• Coordenação visio-motora para que se possam realizar movimentos finos e precisos que exigem o desenho gráfico das letras;
• Linguagem para compreender o paralelismo entre o simbolismo da linguagem oral e da escrita;
• Da percepção que possibilita a discriminação e a realização dos caracteres numa situação espacial determinada; cada letra da palavra, das palavras na linha e no conjunto da folha de papel, assim como o sentido direcional de cada grafismo e da escrita em geral.
Tratamento
O tratamento requer uma estimulação linguística global é um atendimento individualizado complementar a escola.
Os pais e professores devem evitar repreender a criança;
Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista;
Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral;
Conscientizar o aluno de seu problema e ajuda-lo de forma positiva.
O tratamento deve feito através de uma equipe interdisciplinar (psicopedagogos, fonoaudiólogo, psicólogos, neurologistas, etc.). De acordo com alguns profissionais, a criança que tem disgrafia deve brincar com massinha de modelar, argila e pintura. Todos os exercícios que trabalham com as mãos são bons. Além dessas atividades também destaca a importância dos esportes, segundo eles ajudam muito porque trabalham a orientação espacial e a coordenação motora da criança, jogar vôlei, peteca e xadrez podem trazer grandes benefícios para a melhoria da letra, aprendendo a planejar os movimentos.
Segundo Garcia (1998), a disgrafia é uma dificuldade no desenvolvimento da escrita, mas só se classifica como tal quando, por exemplo, a qualidade da produção escrita mostra-se muito inferior ao nível intelectual de quem a produz. Quanto às outras dificuldades a escrita ruim vem associada a um baixo nível intelectual. Além disso, o mesmo autor também afirma que a disgrafia geralmente apresenta-se com outras alterações superpostas como os transtornos do desenvolvimento na leitura, transtornos no desenvolvimento da linguagem, transtornos do desenvolvimento matemático, transtornos de habilidades motoras e transtornos de conduta de tipo desorganizado.
REFERÊNCIAS
BOSSA, Nádia A. Dificuldades de aprendizagem: O que são? Como tratá-las? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
GARCIA, Jesus Nicácio. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Houbert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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